👨💻 Em meio às paisagens congeladas do Ártico, dois navios desapareceram sem deixar rastros, o HMS Erebus e o HMS Terror. Por mais de um século, historiadores e exploradores buscaram respostas para o mistério de seu naufrágio. O que realmente aconteceu com a tripulação? Até hoje, ninguém sabe ao certo.
Entenda como foi:
No mês de maio de 1845, Sir Franklin comandou uma missão ambiciosa para explorar a Passagem do Noroeste, uma rota marítima pelo Ártico que ligaria os oceanos Atlântico e Pacífico. A expedição partiu do porto de Greenhithe (Inglaterra), com os navios HMS Erebus e HMS Terror, levando 129 tripulantes e provisões para três anos de exploração.
A Jornada e o Naufrágio:
Os navios navegaram pelo Atlântico até chegarem ao Estreito de Lancaster, no Arquipélago Ártico Canadense, onde fizeram uma breve parada na Ilha Beechey, deixando túmulos de tripulantes. A missão seguiu adiante, mas os navios acabaram presos no gelo próximo à Ilha do Rei Guilherme. Sem possibilidade de escape, a tripulação lutou para sobreviver, e registros indicam que muitos tentaram fugir a pé em direção ao sul.
Após décadas de buscas, os destroços dos navios foram finalmente encontrados:
- HMS Erebus foi localizado em 2014, ao sul da Ilha do Rei Guilherme.
- HMS Terror foi encontrado em 2016, em uma baía mais ao norte, sugerindo que foi movido pelo gelo antes de afundar.
O Mistério do Desaparecimento:
A expedição era planejada para durar anos, então o silêncio inicial não causou preocupação. No entanto, em 1848, após três anos sem notícias, começaram as buscas. Franklin faleceu em 1847, deixando a tripulação sem um líder claro.
Sua esposa, Lady Jane Franklin, recusou-se a aceitar o desaparecimento e foi a principal responsável por pressionar o Almirantado Britânico a enviar expedições de resgate. Por décadas, ela patrocinou buscas privadas e financiou exploradores para encontrar respostas sobre o destino de seu marido e da tripulação.
Buscas e Descobertas ao Longo dos Anos:
Os primeiros indícios apareceram na Ilha Beechey, localizada no Arquipélago Ártico Canadense, dentro do território de Nunavut, Canadá. Foi lá que os primeiros túmulos de tripulantes foram encontrados, indicando que alguns marinheiros morreram no início da jornada. Também foram achados objetos pessoais e vestígios que ajudaram a reconstruir parte da história.
Com o tempo, investigadores descobriram anotações, objetos abandonados e esqueletos, indicando que os marinheiros tentaram sobreviver longe dos navios. Relatos dos inuítes sugeriam que os homens enfrentaram fome extrema, canibalismo e envenenamento por chumbo devido à conservação inadequada dos alimentos.
Nos anos de 2014 e 2016, os destroços dos HMS Erebus e HMS Terror foram finalmente encontrados no fundo do mar Ártico, revelando parte do mistério. No entanto, a tragédia ainda intriga historiadores. Como exatamente os últimos sobreviventes morreram? Quais decisões desesperadas foram tomadas nos últimos momentos? A cada nova descoberta, mais perguntas surgem sobre essa expedição que marcou a história da exploração polar.
Um pouco sobre os navios:
O HMS Erebus e o HMS Terror foram navios de guerra britânicos convertidos para exploração polar. Ambos eram robustos, projetados para enfrentar as condições extremas do Ártico.
- HMS Erebus recebeu o nome de uma das regiões sombrias do submundo na mitologia grega, simbolizando o desconhecido. Antes da Expedição Franklin, participou de missões no Antártico, explorando áreas como a Terra de Graham e a Ilha Ross.
- HMS Terror, por sua vez, era um navio bombardeiro usado em conflitos, incluindo a Guerra Anglo-Americana de 1812. Depois foi adaptado para exploração polar, tornando-se um dos navios mais bem preparados para enfrentar os desafios do gelo.
Ambos possuíam cascos reforçados e sistemas inovadores para resistir ao congelamento, mas, mesmo com toda essa engenharia, acabaram sucumbindo ao gelo do Ártico, tornando-se parte de um dos maiores mistérios da exploração polar.
Ilha do Rei Guilherme:
Fica localizada no Arquipélago Ártico Canadense, dentro do território de Nunavut, Canadá. Com uma área de 13.111 km², é uma das maiores ilhas da região. Historicamente, foi um ponto crucial na busca pela Passagem do Noroeste, sendo palco de diversas expedições, incluindo a Expedição Franklin.
A ilha recebeu seu nome em 1830, em homenagem ao rei Guilherme IV do Reino Unido. Durante séculos, foi habitada e frequentada pelos inuítes, que conheciam bem suas condições extremas. Hoje, sua única povoação habitada é Gjoa Haven, uma comunidade inuíte que preserva a cultura e história da região.
Um pouco sobre Sir Franklin:
Sir John Franklin nasceu em Spilsby, Inglaterra, no dia 16 de abril de 1786. Ele foi um oficial da Marinha Real Britânica e um explorador experiente do Ártico. Antes da famosa Expedição Franklin, já havia liderado outras missões para mapear regiões geladas.
A dedicação:












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