sábado, 12 de novembro de 2022

A Lua e o Medo... (Trecho - Conto)

Abaixo um conto do autor norte-americano Howard Phillips Lovecraft ou H. P. Lovecraft. Ele foi um escritor que revolucionou o gênero de Terror, Ficção Estranha, Ciência, Fantasia e Horror.


O conto abaixo foi escrito no ano de 1922 com o título "O que a lua traz consigo":

"Eu odeio a lua, eu a temo, pois às vezes, quando ela ilumina cenas familiares e queridas, transforma-as em coisas estranhas e odiosas.

Foi durante o verão espectral que a lua brilhou no velho jardim por onde andei; o verão espectral de flores narcóticas e mares úmidos de folhagem que evocam sonhos caprichosos e multicoloridos 

E enquanto caminhava ao longo do riacho cristalino raso notei ondulações extraordinárias encimadas por uma luz amarela, como se aquelas águas plácidas estivessem sendo arrastadas por correntes irresistíveis em direção a oceanos estranhos além deste mundo.

Silenciosas e suaves, frias e fúnebres, as águas malditas pela lua corriam para um destino desconhecido; enquanto, dos caramanchões da praia, flores de lótus brancas caíam uma a uma no vento opiáceo da noite e tombavam desesperadamente na corrente, rodopiando em um vórtice horrível sob o arco da ponte esculpida e olhando para trás com a sinistra resignação dos serenos rostos mortos.


E enquanto eu corria pela margem, esmagando flores adormecidas com meus pés descuidados, e cada vez mais enlouquecido pelo medo do desconhecido e pela atração exercida pelos rostos mortos, percebi que o jardim não tinha fim ao luar; pois onde de dia havia muros, havia novas vistas de árvores e estradas, flores e arbustos, ídolos de pedra e pagodes, e curvas do riacho iluminado além das margens verdes e sob grotescas pontes de pedra. 

E os lábios daqueles rostos de lótus mortos fizeram súplicas tristes e imploraram para que eu os seguisse, mas não parei de andar até que o riacho se transformou em um rio e desaguava, entre pântanos de juncos ondulantes e praias de areia cintilante, na costa de um vasto mar sem nome.

Neste mar brilhou a odiosa lua, e acima das ondas silenciosas pairavam estranhas fragrâncias. E ali, quando vi desaparecer os rostos de lótus, ansiei por redes para capturá-los e aprender com eles os segredos que a lua havia confiado à noite. Mas à medida que a lua se movia para oeste e a maré estagnada se afastava da costa sombria, pude ver naquela luz os antigos pináculos que as ondas quase revelavam e as colunas brancas radiantes com festões de algas verdes. 

E sabendo que todos os mortos estavam reunidos naquele lugar submerso, estremeci e não quis mais falar com os rostos de lótus.

No entanto, quando vi ao longe um condor preto descer do céu para descansar em um enorme recife, tive vontade de interrogá-lo e perguntar sobre aqueles que conheci durante a minha vida. Isso é o que eu teria perguntado se a distância entre nós não fosse tão grande, mas o pássaro estava muito longe e eu nem conseguia vê-lo quando se aproximou do gigantesco recife.


Então observei a maré vazar à luz do luar, e vi as torres reluzentes, as torres e os telhados da cidade morta gotejante. E enquanto eu observava, minhas narinas tentavam bloquear a pestilência de todos os mortos do mundo; pois, na verdade, naquele lugar desconhecido e esquecido todas as carnes dos cemitérios foram reunidas para que os vermes do mar túrgidos desfrutassem e e devorassem o banquete.

Impiedosamente, a lua pairava logo acima desses horrores, mas vermes túrgidos não precisam da lua para se alimentar. E enquanto observava as ondulações que denunciavam a agitação dos vermes abaixo, senti um novo calafrio vindo de longe, do lugar onde o condor havia voado, como se minha carne tivesse sentido o horror antes que meus olhos o vissem.

Nem minha carne estremeceu sem motivo, pois quando olhei para cima vi que a maré estava muito baixa, expondo boa parte do imenso recife cujo contorno eu já havia visto. E quando vi que o recife era a coroa basáltica negra de um ícone medonho cuja testa monstruosa assomava entre os raios opacos do luar e cujos cascos temíveis devem ter tocado o lodo fétido por quilômetros ao redor, gritei e gritei com medo de que aquele rosto surgir. das águas, e que os olhos submersos me vissem depois que a malvada e traiçoeira lua amarela tivesse desaparecido.

E para escapar dessa coisa medonha, me joguei sem hesitar nas águas pútridas onde, entre muros cobertos de algas e ruas submersas, os vermes túrgidos do mar devoram os mortos do mundo."

Livros: H. P. Lovecraft
😱"A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido." (Howard Phillips Lovecraft)

👉 Atenção:

Para deixar o texto mais compreensível possível, coloquei no tradutor Google, assim o conto postado aqui no blog terá diferenças de palavras da tradução original feita no livro.

Fonte: Google News - PDF: "O que a lua traz consigo" - Tradutor Google - Wikipedia

É isso aí pessoal! 👍

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