domingo, 29 de maio de 2022

O rosto de um cachorro datado de 7.600 anos... (Curiosidade)

Nesta matéria falarei sobre uma reconstrução facial de um cão do Período Mesolítico, que representa o período de transição pré-histórico entre o Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) e o Neolítico (Idade da Pedra Polida).

Entenda:

No ano de 1864 no Vale do Tejo, em Muge (Portugal), os arqueólogos iniciaram escavações num monte de conchas (acumulação de conchas de moluscos resultantes da ação humana), e quando atingiram uma profundidade aproximada de 4 metros, pelo menos 110 esqueletos humanos foram achados. E quando eles estavam no meio do monturo de conchas no ano de 1880, eles encontraram um esqueleto quase completo de um cachorro.

Naquela época, arqueólogos e pesquisadores estavam mais interessados ​​em esqueletos humanos e esqueceram o esqueleto de cachorro.

Então, 120 anos depois, cientistas encontraram a ossada do cachorro  guardada em uma gaveta do armário do Museu Geológico de Lisboa (Portugal). E no ano de 2010, os pesquisadores C. Detry e J.L Cardoso iniciaram um grande estudo odontométrico e osteométrico sobre o osso, e o chamaram de Cão de Muge.

Este grande estudo de zooarqueologia, contou com uma equipe multidisciplinar, com alta tecnologia e muitos exames realizados, como: tomografia, DNA e etc.

Através da datação por radiocarbono, conseguiram especificar que o Cão de Muge viveu há aproximadamente 7.600 anos nas margens do rio no Vale do Tejo (Portugal). É o osso de cão mais antigo registrado na Península Ibérica (uma península situada no sudoeste da Europa. É dividida na maior parte por Portugal e Espanha, entre outros).

Entre muitos exames realizados para definir como o Cão de Muge era, infelizmente ainda não obtiveram bons resultados na extração e sequenciamento de seu DNA nuclear para determinar seu sexo biológico ou cor da pelagem. Portanto, na imagem oficial do estudo, o Cão de Muge é na cor sépia.

No entanto, concluiu-se que se tratava de um cão adulto e de porte médio, com altura do ombro aproximadamente entre 48,5 e 51 centímetros, e que provavelmente morreu por volta dos dois e seis anos de idade.

Após muitos estudos, pesquisas e exames, concluiu-se também que ele era comum e exclusivo em suas raízes na ancestralidade, e por isso seu rosto foi reconstituído tomando como exemplo um cão do Pastor Belga Malinois (macho), devido a seu tamanho e a conformação do crânio que correspondia ao Cão de Muge. A face do Cão de Muge foi reconstruída em 3D pelo designer brasileiro Cícero Moraes. 

Em virtude da forma como o Cão de Muge foi enterrado, descobriu-se que era querido e amado pela família, pois esta conclusão deve-se ao fato de ter sido enterrado com outros esqueletos humanos de forma respeitosa, e assim o seu esqueleto foi preservado.

Equipe do estudo:

Cícero Moraes, Hugo Matos Pereira, João Filipe Requicha, Lara Alves, Graça Alexandre Pires, Sandra de Jesus, Silvia Guimarães, Catarina Ginja, Cleia Detry, Miguel Ramalho e Ana Elisabete Pires

O estudo foi publicado na Revista Científica Applied Sciences no dia 11 de maio de 2022.

Se você estiver interessado em ver o estudo completo, clique no link abaixo:

https://www.mdpi.com/2076-3417/12/10/4867/htm

Assista ao vídeo sobre o Cão de Muge no YouTube, basta clicar no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=ODRxW4gqF5Y&t=77s

Se preferir, você pode assistir ao filme Cão de Muge, com tradução em inglês, basta clicar no link abaixo:

https://drive.google.com/file/d/1xxME2E2xyhjBs2KHakD1rzaY-U5Opi5l/view

Fonte: Notícias Google - Revista Científica Applied Sciences - Tradutor Google - Google Maps - Wikipedia - YouTube / Património Cultural - Academia Ciência Viva

▶️ Algumas montagens que usei, foram para ilustrar este artigo. As imagens do crânio, do rosto do Cão de Muge, assim como do seu esqueleto, são creditadas ao estudo e ao designer brasileiro Cícero Moraes, que fez a reconstrução do rosto. Também usei imagem do filme no YouTube do canal Patrimônio Cultural.

É isso pessoal! 👍

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